Dentre as várias preocupações que o ARTISTA MÁGICO deve ter quando da criação do seu personagem, destaca-se uma que considero de extrema importância e que deve merecer atenção especial por parte daquele que pretende seguir a carreira comercialmente. Trata-se da definição do nome que adotará como pseudônimo ou nome artístico, como é mais conhecido.
No início da minha carreira, em meados de 1961, a corrente dominante no nosso meio era de que o pseudônimo deveria ser definido prioritariamente e escolhido o mais diferentemente possível do nosso próprio nome.
Nunca consegui saber a origem dessa cultura, embora tenha aprendido através do estudo da História da Humanidade e também da Arte Mágica que o preconceito existente em épocas mais remotas, principalmente familiar e religioso, fez com que cultuadores das mais diversas artes escolhessem nomes tão diferentes dos seus que se tornava, quase impossível, a ligação do nome à pessoa.
Embora alguns mágicos tenham sido felizes nessa escolha, outros, porém, já não tiveram a mesma sorte e, por conseqüência, não tiveram a projeção necessária devido, em grande parte, pela sua excentricidade, dificuldade de memorização ou mesmo simpatia por parte do grande público.
Com a ampliação do mercado de trabalho e o conseqüente aumento da concorrência, juntamente com a evolução cultural da sociedade, verifica-se, atualmente, tendências diferentes daquelas do passado e a escolha do nome artístico passou a ter um peso muito maior do ponto de vista comercial.
Tal tendência acentua-se no Brasil a partir de meados dos anos 80, quando vários mágicos, entre eles alguns já bastante consagrados, conscientes dessas necessidades, fazem a mudança do nome artístico objetivando melhores possibilidades de penetração e fixação no mercado de trabalho.
De um modo geral a escolha quase sempre recaiu para o uso do próprio nome. Entretanto, em pouco tempo, começaram as coincidências de nomes e isso acabou exigindo, também, na maioria dos casos, a agregação do sobrenome e, assim sendo, a escolha do nome artístico para o mágico brasileiro (o que já acontecia e continua acontecendo em outras partes do mundo), toma uma nova dimensão e passa a exigir maiores cuidados.
Portanto, no momento em que tiver que decidir sobre o nome que irá adotar para o seu personagem mágico, lembre-se que todo bom produto tem que ter uma boa marca, que seja de fácil memorização, e que com você não deverá ser diferente se a sua intenção for firmar-se no mercado consumidor.
OZcar Zancopé
OZcar Zancopé
Observação: O presente texto, de minha autoria, está publicado na Revista Magi, edição nº 14 de setembro de 2004, para a qual foi especialmente escrito. www.revistamagi.com.br
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