14 de maio de 2022

Mágico Ozcar Zancopé, 61 anos de mágica!

Hoje, 14/05/2022, uma data extremamente importante para mim quando completo 61 anos de envolvimento com a Arte Mágica, pois foi  no dia 14/05/1961 que pisei no palco para a minha primeira apresentação como mágico. Eu tinha dezesseis anos de idade, recém completados, e uma cabeça cheia de sonhos em tornar-me um mágico de verdade. 

Cumpri uma carreira de 32 anos de atuações, me aposentei e continuei trabalhando em prol de uma arte digna e viável em nosso país. Fui diretor na AMSP - Associação dos Mágicos de São Paulo, diretor e  fundador  do CEMA - Centro de Estudos Mágicos, instrutor técnico na Academia Brasileira de Arte Arte Mágica, entre outras tantas atividades exercidas ao longo desses 61 anos.

Nem tudo foram flores, mas também nem tudo foram espinhos. O que eu idealizei eu alcancei, graças a Deus, a Dom Bosco e a muita dedicação e trabalho. Família e amigos também foram importantes para a consecução dos meus objetivos. 

Vivi inúmeras situações e sensações agradabilíssimas e que povoam as minhas lembranças nesta data tão significativa. Sendo assim, achei interessante escrever, em alguns capítulos, momentos ou situações que me proporcionaram emoções capazes de  despertarem, em mim,  sentimentos que perdurarão por toda a minha existência.

Primeiro capítulo: 

Estávamos no ano de 2003; o curso de Formação Básica de Mágicos da Academia Brasileira de Arte Mágica atraía, a cada edição (ingressei em 1998),  expressivo número de alunos e que nos motivava, a mim e ao Enio (Enio Benito Mary Finochi - 1936-2012), oferecermos o melhor dos nossos conhecimentos para a formação profissional ou pessoal daqueles (as) discentes.

Além dos cursos,  outra grande atividade da Academia era o Mercado Mágico que desde 02/03/1997, realizava, mensalmente, um dos mais bem sucedidos empreendimentos na comercialização de equipamentos para Mágicos onde eu atuava como colaborador.

Numa dessas edições do Mercado Mágico, como frequentemente acontecia, um interessado em informações sobre o curso da Academia conversou com o Enio e este o encaminhou até mim. Nos apresentamos, conversamos, perguntas e respostas de praxe, me disse que gostava de mágicas desde garoto e que sua inspiração havida sido um dos seus tios cujo pseudônimo era Mauro (Ismael de Sá Júnior, 1893 - 1973). Lhe perguntei sobre os mágicos que conhecia, citou alguns nomes, mas não os conhecia pessoalmente. Porém, disse que havia um mágico de quem era fã e admirador desde a sua adolescência, que possuía vasto material sobre a sua trajetória, mas que há muito não tinha notícias suas e não fazia ideia do seu paradeiro. Foi quando eu lhe disse que  me falasse o seu nome e que talvez eu o conhecesse e soubesse onde encontrá-lo.

Neste momento a emoção tomou conta de mim, sinto até hoje, quando me lembro,  o mesmo arrepio que senti quando ele disse que o mágico do qual era admirador se chamava “Lifan”. Aquele mágico era eu!

Sem conseguir esconder a minha emoção lhe respondi: “você está falando com o próprio”. Aí, quem se emocionou foi ele!

Nos abraçamos, aquele abraço de amigos que não se viam há 36 anos! Sim, 36 anos, pois eu havia me desligado, em 1967,  do Centro  Mágico Nacional, loja onde eu atuava como demonstrador e vendedor de equipamentos mágicos desde 1962 e onde ele adquiria parte dos seus equipamentos. Residia em Santos, continua morando lá, mas frequentemente vinha para São Paulo, ainda adolescente,  acompanhado do irmão mais velho para novas aquisições. 

Inscreveu-se no curso, presenteou-me com um quadro emoldurado onde figuro na capa da Revista Arte Mágica Nº 1 de outubro de 1964 e que integra a minha galeria de quadros. 

Sua presença, além de muitas e significativas contribuições para a nossa arte, nos permitiu conhecer um pouco da história do Prestidigitador Mauro, seu tio, que ilustra, através de expressiva caricatura a capa do primeiro número do “Boletim Mágico” de J. Peixoto, editado em 1921, cuja biografia era  desconhecida até então e que fora recuperada, pelo menos em parte, pelo Enio e publicada na Revista Magi, Ano 3, Nº 10 de setembro de 2003, páginas 24 e 25.

Quem é ele? Jorge Clemente, conhecido no meio mágico como “Mágico Ígor”, cuja amizade me honra e me orgulha sobremaneira, bem como a da sua esposa Regina, por quem tenho grande admiração.

Gratidão!

Vou ficando por aqui...

OZcar Zancopé  



Mágico Ígor e Ozcar Zancopé


Boletim Mágico número 1



Quadro recebido de presente do Mágico Ígor