23 de outubro de 2013

Sou Mágico. Quero competir, o que devo fazer?

Se você está pensando em competir vale a pena conhecer alguns detalhes importantes para que não hajam surpresas no momento da competição. Inicialmente meus cumprimentos se a sua decisão for essa. Tenho visto grandes Mágicos que se projetaram e alcançaram o sucesso sonhado em razão de premiações obtidas em eventos onde competiram. Entretanto, tenho visto outros que se expuseram de maneira inadequada e acabaram desestimulados à novas competições, bem como, alguns,  deixaram o exercício da profissão por sentirem-se frustrados com os resultados e, regra geral, responsabilizaram os jurados, a organização, etc., e não refletiram sobre suas responsabilidades.
Decidir  competir implica na compreensão de que nem todos poderão ser premiados, mas, também, que o "papel" deverá ser desempenhado dentro dos padrões de qualidade esperados. Portanto, não cabe o improviso! É necessário preparar-se  e ter um ato em condições de, pelo menos, "fazer bonito".
Conhecer o regulamento do evento será a primeira providência a ser tomada. Cada evento tem seu regulamento e pode variar de um para outro. O importante é lê-lo e adequar o ato às suas exigências. Lamentavelmente poucos tomam esse cuidado e acabam cometendo erros que lhes prejudicam e que poderiam ser evitados. Dar atenção especial  ao tempo mínimo e máximo de duração do ato. Tenho visto muitos bons candidatos serem desclassificados por não cumprirem essas exigências.
Observar  os critérios estabelecidos para inscrever-se, como por exemplo: Indicação de uma entidade; Ter sido premiado em algum outro evento; Enviar vídeo, Pagamento de taxa, etc.
Cumpridas as etapas descritas, é fazer a inscrição. Cabe, porém, uma observação muito importante que é a de inscrever-se na categoria correta. É penoso ver um ato  não ser premiado unicamente por essa razão, embora tenha qualidade para isso.
Geralmente os itens avaliados em uma competição obedecem um padrão ao que poderíamos chamar de "universal", e baseiam-se nos adotados pela FISM ou pela FLASOMA. Então, toda atenção deve ser dispensada na análise de tais quesitos. São eles: Apresentação,Técnica, Originalidade e Programa. Em Magia para Crianças também se avalia a Comunicação. Veja a seguir o que é exigido na avaliação de cada um:
Apresentação: Vestuário; Cuidado pessoal e elegância;  Qualidade dos acessórios e equipamentos (aparelhos);  Sua quantidade e disposição estética na cena;  A forma de atuar e apresentar os efeitos;  Movimentação geral incluindo a dos ajudantes (se houver);  O texto (conteúdo e forma de dirigir-se ao público); A amenidade (graça, delicadeza, encanto, etc.), e naturalidade e/ou a música e sua relação com o espetáculo e sua harmonização e apresentação com ela obtidas; Os adornos, decoração, luzes e efeitos especiais.
Técnica: Execução; Habilidade; Perfeição dos passes; Funcionamento dos acessórios; Agilidade; A correta realização das cargas; O correto estudo de cada manobra; As ações de misdirection empregadas; A limpeza dos passes; O clímax alcançado.
Originalidade: Aporte pessoal ao efeito ou à apresentação técnica.
Programa: Valorização da sequência dos efeitos e a ligação da rotina e o emprego de todos os elementos presentes.
Comunicação: (Magia para crianças): Alcançada pelo artista com o público infantil presente na sala e a resposta deste à sua atuação e o impacto dos números mágicos executados.
Agora é só enquadrar o ato com o qual pretende competir, ensaiar e vencer! Lembre-se: A qualidade dos atos é que fazem o sucesso e confiabilidade de um evento, e um prêmio só terá o seu valor reconhecido se os competidores apresentarem atos à altura dele. 
OZcar Zancopé  

Nota: Este tema foi desenvolvido e abordado por mim no meu quadro "Por Dentro da Mágica", do Programa Truques e Ilusões de 08/10/2013, sob a Direção, Produção e Apresentação do Mágico Karpes,  transmitido todas as terças feiras, às 21h00, pela TV Cinec:  http://www.tvcinec.com.br/