14 de outubro de 2011

O Personagem e o Mágico de Close-Up.

Caros amigos leitores da Magi resolvi abordar este tema por julgá-lo extremamente importante e oportuno, porquanto penso que alguns Mágicos que competiram no Congresso Brasileiro de Mágicos 2006, na categoria de Close-Up, equivocaram-se quando levaram para o Close-Up personagens com os quais atuam em Mágicas de Salão. O público que acompanhou as apresentações pelo telão, por vários momentos, teve sua atenção voltada para a estroinice dos personagens, perdendo focos importantes e muito necessários, tanto na construção da rotina do número, quanto na da apresentação, em prejuízo do clímax e do encantamento que os números deveriam proporcionar.
É sabido que, de uma maneira geral, quando aprendemos a fazer mágicas não nos preocupamos de como será o nosso “Personagem Mágico” e os números são apresentados de acordo com o perfil de nós mesmos, sem que percebamos que não imprimimos uma personalidade que possa convencer o público de que ele está diante de um Mágico, surgindo, então, a necessidade da criação do personagem. 
Embora, fisicamente, quem está diante do público seja uma pessoa com características de um ser humano comum, seus trejeitos, a maneira de como se veste, fala, caminha etc., são diferentes daqueles do cotidiano e muito mais próximos aos de um Artista Mágico. É muito comum, nessa fase, quando da apresentação de mágicas para um público de pessoas conhecidas (parentes, amigos, etc.), comentários do tipo: “Puxa! Você está parecendo um mágico”.
A compreensão dessa necessidade e os estudos que advirão, permitem encontrar e compor o Personagem e a sua Personalidade. “O Mágico é um Ator que representa o papel de Mágico – Robert - Houdin”.
Definir a categoria em que se pretende atuar é imprescindível para a construção do personagem e sua personalidade. Por exemplo, um mágico que apresente mágicas para crianças, certamente será diferente daquele que atue para adultos.
A originalidade do personagem é de fundamental importância para que não pareça uma imitação, às vezes grosseira, de algum mágico já bastante conhecido e identificado pelo personagem que adota.
Um personagem mal construído pode por a perder o que a magia tem de mais importante: O poder de encantar! Associado às técnicas, habilidades e performance, o personagem tem que convencer!
O personagem é uma figura teatral e, assim sendo, é uma ficção, devendo ter vida própria somente durante o ato mágico. Terminada a apresentação é importante que se “saia do personagem” e que o convívio social se dê de forma natural. (Infelizmente muitos mágicos se esquecem desse detalhe e vivem o personagem as 24 horas do dia).
Entretanto, se quisermos que o público nos veja como Mágico, não podemos deixar que o personagem seja mais atraente que as mágicas e roube a atenção do espectador nos momentos em que precisamos dela focada no número, necessidade essa que se acentua nas apresentações de Close-Up, cujas características exigem que o foco seja, efetivamente, o número. 
Antes de construir o seu personagem pense nos números que você vai apresentar, em que categoria quer atuar e  pense muito  bem que “o mágico que estará em você” terá que fazer Efeitos Mágicos, Encantar e Convencer!

OZcar Zancopé 

Observação: O presente texto, de minha autoria, está publicado na Revista Magi, edição nº 23 de dezembro de 2006, para a qual foi especialmente escrito. www.revistamagi.com.br

Um comentário:

  1. Zancopé, Parabéns mais uma vez, Blog Fantastico, recomendo a todos que buscam aprimorar seus conhecimentos na arte da mágica.

    ResponderExcluir