Nossa, já se passaram 63 anos
desde o meu primeiro show de mágicas, que aconteceu no dia 14 de maio de 1961.
Foi uma experiência incrível,
eu estava com 16 anos de idade, há pouco mais de um mês da aquisição dos meus
primeiros equipamentos e a ousadia de um adolescente já apaixonado pela arte.
Era uma festa em comemoração
ao Dia da Mães realizada por uma empresa que ficava muito próxima da minha
casa, no bairro de Indianópolis, hoje Moema (Tecelagem As Américas), para
homenagear suas funcionárias já mães. Minha prima (Nair), trabalhava lá e fez a
ponte entre mim e o Diretor do espetáculo, Sr. Roberto, que, após uma
apresentação para a Diretoria da empresa, contratou-me (sim fui contratado e
recebi cachê), e partimos para os ensaios. Começava, naquele momento, a grande
mudança na minha vida e o descortino de novos horizontes.
“Professor Mustafá” foi o nome
artístico com o qual me apresentei (designado pelo diretor), o meu terno preto
e gravata borboleta não serviram e lá fomos nós para a Casa Teatral. Saímos levando
casaca completa, cartola, sapatos e uma enorme barba, com bigode e tudo. Assim foi
composto o figurino daquele personagem.
Alguns dos números que eu
havia selecionado para a apresentação necessitava da ajuda de uma assistente e
uma das funcionárias da empresa (Cleide), desempenhou esse papel, muito bem aliás,
valorizando, em muito, o meu ato.
O ato, inteiramente musicado,
em tempos de grandes dificuldades sonoras, contou com a participação de um
sonoplasta (não sei o nome), que imagino, sofreu muito para acompanhar a minha
performance. Foram oito discos de setenta e oito rotações, com uma música de
cada lado, gentilmente emprestados por uma tia do coração (Maria), e que tinham
que ser trocados nos momentos certos e num único toca-discos. Inimaginável nos
dias atuais.
O “Professor Mustafá” era anunciado
em cartaz impresso como “Vindo diretamente do Canal 9, TV Excelsior”, inaugurada
em São Paulo alguns meses antes e que contava com grande audiência.
Nesse espetáculo participei, também,
juntamente com o Sr. Roberto, num quadro humorístico e que aflorou, em mim, aptidões
para o humor.
Essas são as lembranças que tenho
da minha primeira apresentação (voltei mais algumas vezes em outros eventos da empresa).
Infelizmente não tenho cópia do cartaz e nem tão pouco fotos, ficaram somente
as lembranças. As pessoas citadas no texto, Nair, Maria, já faleceram. Sr.
Roberto, Cleide e o sonoplasta, não sei dos seus paradeiros. O que sei é que
nunca me esqueci delas e a minha gratidão será para sempre, pois sem as suas participações,
certamente, não teria acontecido “O meu primeiro show de mágicas!”.
OZcar Zancopé